O empresário Leandro Queiroz Gontijo, proprietário da “Distribuidora Itália”, no bairro Renascer, possuía um galpão escondido e imperciptível para quem passava na rua para armazenar as bebidas que eram furtadas da Ambev, em Cuiabá, conforme contou o delegado Luiz Felipe Leoni, da Delegacia de Roubos e Furtos (Derf). O suspeito foi preso por receptação na última quarta-feira (13), durante a “Operação Ceres”.
“O depósito nos chamou atenção pela maneira com que ele era lacrado, quase que um bunker de guerra. Foi muito difícil a gente conseguir ingressar ali para poder ter acesso na parte interna do depósito. O galpão era um anexo da distribuidora e nos chamava bastante atenção, porque ele crescia para o fundo. Um galpão estrategicamente montado para não chamar muito a atenção de quem passava na rua”.
O delegado ainda contou que a polícia recebeu denúncias de que, no local, eram praticados outros tipos crimes, além do armazenamento das bebidas furtadas.
“Ali dentro, certamente, aconteceram outras práticas criminosas que a gente ainda está investigando, por exemplo, foram encontrados cigarros que a gente já mandou para a perícia”, disse.
O empresário Leandro Queiroz foi preso em sua residência com mais de R$ 1 milhão dentro de um cooler. Além disso, os policiais ainda encontraram 68 caixas de cigarros que o suspeito não conseguiu falar a origem.
ESQUEMA CRIMINOSO
O grupo envolvido desviava mercadorias que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração por parte do conferencista e do porteiro, confirmando que houve a entrada dos lotes de cervejas na fábrica. Em seguida, as cargas das bebidas eram desviadas aos receptadores.
Os lotes de cervejas seguiam, então, para os receptadores, um deles era uma distribuidora localizada na avenida Arquimedes Pereira Lima, no bairro Jardim Renascer. Dois funcionários da distribuidora tinham conhecimento do esquema criminoso.
Informações fornecidas pela fabricante de bebidas, a partir do sistema de controle de inventário, apontaram um prejuízo estimado em quase R$ 12,8 milhões. Os números foram apurados nas diferenças de itens de estoque levantadas pela cervejaria no inventário mensal nos anos de 2021 e 2022.